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Reflexões para a vida – Reflections for life

~ Rev. Dr. Honorio Theodoro

Reflexões para a vida   –  Reflections for life

Category Archives: Artigos em Português – Portuguese Articles

Vida simples… vale a pena!

22 Friday Dec 2017

Posted by Rev. Dr. Honorio Theodoro in Artigos em Português - Portuguese Articles, Lições da Vida - Life's teachings

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cartão de crédito, cheque especial, consumismo, dívidas, materialismo, necessidades, prestações, vida simples

 

simples assim

Final de ano é tempo de reflexão. Talvez você não tenha nem cabeça para isso, atolado em dívidas de cartão de crédito, cheque especial e prestações. Não é hora de apenas refletir, é hora de agir. Nós vivemos numa sociedade materialista, consumista, capitalista em que valemos o que temos. Essa mentalidade nos escraviza e mantém-nos constantemente focados naquilo que nos falta e não naquilo que nós temos. Aliás, focados naquilo que pensamos que nos falta. A mentalidade capitalista cria em nós, falsas necessidades. Vivemos sobe a égide despótica de ter apenas por ter. Ter para competir. Se as pessoas ao nosso redor têm, nós também “precisamos” ter. A maioria de nós escolhe viver como pobre no meio dos ricos. Escolhemos ter ao nosso redor, pessoas com maior poder aquisitivos do que nós e aí, fazemos das tripas o coração para manter nosso status diante delas. Viver uma vida simples, buscando ter apenas o essencial à vida, livre das pressões consumistas é o grande desafio para termos uma vida leve e sadia financeiramente. Livre-se da competição insana de desejar algo apenas porque as pessoas ao seu redor possuem. Na maioria das vezes, nossas escolhas são feitas comparativamente: o que as pessoas ao meu redor têm, eu “preciso” ter. É uma absoluta insanidade viver escravizados por essa mentalidade. Liberte-se, você é você por Deus te fez assim. Você não é o que você tem. Você é o que você é; seu jeito, seus sentimentos, suas virtudes e seus defeitos. Lembre-se, você não é o que você possui. Invista sua energia e seus recursos nos seus sentimentos, caráter e maneira de ser. É muito mais sensato viver assim. O Mestre dos mestres nos legou esse grande exemplo de vida. Enquanto o mundo celebra Seu aniversário com banquetes e presentes finos, Ele, sendo o criador e mantenedor do Universo, escolheu viver entre nós de forma simples e sem ostentação. Aos que queriam segui-Lo, Ele advertiu: “As raposas têm suas tocas e as aves do céu têm seus ninhos, mas o Filho do homem não tem onde repousar a cabeça” (Lucas 9:58). Seja um seguidor de Jesus. Simplifique. Viva livre, leve e solto. A vida é curta demais para vive-la sob a pressão de “ser aquilo que os outros querem que sejamos”. Siga os passos do Mestre, Ele sabe das coisas. Bom Natal e um Ano Novo livre de dívidas insanas.

O imobilizador medo de perder.

09 Sunday Jul 2017

Posted by Rev. Dr. Honorio Theodoro in Artigos em Português - Portuguese Articles, Lições da Vida - Life's teachings

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conquistas, Família, felicidade, karine theodoro, medo de perder, perdas, sonhar, superar perdas, traumas

Perder coisas preciosas em cruciais momentos da vida é inevitável. É preciso compreender que a história é entremeada de ganhos e perdas. No entanto, muitos de nós não sabemos e não gostamos de administrar nossas perdas. Algumas pessoas chegam a

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Nossa doce Karine com 5 aninhos

Em 1985, eu e Jô nos mudamos com nossa primeira filha para Campinas, mais de mil quilômetros distantes de nossos familiares e amigos, com quem convivíamos há décadas. Karine tinha 2 anos. Um linda e falante menina, cheia de vida e saúde. Logo nas primeiras semanas percebemos uma enorme mudança comportamental em Karine. Perdeu o apetite, já não era tão falante e já não interagia com facilidade com as pessoas, ao seu redor. Em pouco tempo perdeu muito peso e assim começou nossa peregrinação pelos hospitais e médicos. Aparentemente tudo estava normal, mas Karine cada dia nos preocupava mais. Continuou perdendo peso e por fim já não andava, chegou a estar tão debilitada que nem se quer se sustentava sentada na cama. Pensamos que perderíamos Karine. Era nossa primeira filha, primeira neta, primeira sobrinha. Ela era o xodó da família, querida e paparicada por todos, na igreja. Com nossa mudança, ela perdeu de uma só vez todo esse precioso círculo de carinho e amor. Ela não podia entender o que estava acontecendo e nem se quer tinha noção da distância que nos separava das pessoas com quem convivíamos. Estavamos desesperados. Foi quando, Deus colocou uma pediatra no nosso caminho. Aliás, um anjo. Dra. Rose, uma experiente pediatra, examinou Karine por horas, conversou conosco por outras tantas, e por fim diagnosticou: Karine está ótima de saúde física. Ela apenas está sofrendo por essas grandes perdas, e sua mente infantil não sabe processar isso. Ela precisa de muito carinho e relacionamentos fortes para superar suas perdas. Deus colocou em nosso caminho, o casal Newda e Alberto Santini, que nos “adotou” como filhos e Karine como neta. Envolveram Karine com especial amor. Newda, frequentemente levava Karine para passear nos parques, fazer compras e outras atividades. Como por um milagre, Karine voltou a comer e rapidamente recuperou-se. Karine cresceu, e hoje adulta ainda luta com seu constante medo das perdas. Muitas vezes prefere nem se quer lutar por seus desejos, com medo de conquista-los e depois perde-los. Hoje, Karine tem consciência deste trauma que marcou sua personalidade. Ela procura trabalhar isso e tem voltado a sonhar, sem medo de ser feliz. Compartilho isso, porque eu sei que muitas pessoas lutam com este medo. Este medo que nos imobiliza impedindo-nos de buscar a nossa felicidade. É preciso encontrar onde se rompeu o elo da corrente da vida. Restaura-lo e prosseguir. Ganhos e perdas fazem parte de nossa caminha. Sem as perdas, nós não saberíamos valorizar as conquistas. Vale a pena lutar pela nossa felicidade, mesmo que ela seja conquistada com alguns derrotas que nos atropelam. O Mestre dos mestre nos encorajou: “Neste mundo vocês terão aflições; contudo, tenham ânimo! (João 16:33)

Como ser parecido com Deus?

04 Thursday Feb 2016

Posted by Rev. Dr. Honorio Theodoro in Artigos em Português - Portuguese Articles, Lições da Vida - Life's teachings

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Bem-aventurados os pacificadores, pois serão chamados filhos de Deus (Mt. 5:9 – NVI)

Feisty_Jamanta

Jamanta[1] é um grande exemplo de pacificadora. Se dependesse da Feisty[2], a convivência das duas estaria em permanente pé de guerra. Apesar de ser consideravelmente maior que a Feisty, ela suporta suas implicâncias e procura sempre viver em paz, mesmo quando seus direitos são invadidos. Aliás, é bom lembrar que muitas vezes o caminho da paz passa por abrir mão de nossa razão.

Jesus nos ensinou que os pacificadores seriam chamados filhos de Deus. Esta afirmação soa para mim mais ou menos assim – o filho se parece com o pai. Se você for pacificador, você demonstra que você é filho de Deus porque Ele é pacificador.

A palavra “pacificador” no grego, é a combinação do substantivo “paz” com o verbo que significava “fazer”. O presença deste verbo no termo “pacificador” nos faz concluir que ser um pacificador não é esperar passivamente que a paz aconteça. Ser pacificador é tomar iniciativa e se esforçar para que haja paz. Ser pacificador é empenhar-se pela paz, construir pontes de reconciliação onde há conflito, oferecer incondicionalmente o perdão onde houve ofensa. O ex-primeiro ministro de Israel, Yitzhak Rabin, premio Nobel da Paz em 1994 que foi assassinado por sua luta pacificadora, sabiamente observou “A paz não se faz com amigos. A paz é feita com inimigos.”

Eis o desafio para os filhos de Deus: “Aparta-te do mal e pratica o que é bom; procura a paz e empenha-te por alcançá-la” (Salmos 34:14 – AA). Só assim seremos parecidos com nosso Pai que entregou seu próprio Filho na cruz do Calvário para nos reconciliar consigo mesmo.

 

[1] Jamanta é o nosso cadela adorável e cativante. Não temos certeza de sua raça, mas ela cativa à todos com a sua ternura e doçura, apesar de seu tamanho.

[2] Feisty é a nossa pequena Chihuahua long hair. Ela é graciosa, mas de personalidade forte e às vezes um pouco antissocial. Ela provoca constantemente a Jamanta.

Facebook: será que isso presta?

06 Thursday Aug 2015

Posted by Rev. Dr. Honorio Theodoro in Artigos em Português - Portuguese Articles

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C. G. Jung, facebook, Lindos pensamentos do Facebook, melhorar o mundo, mudanças, mudar o mundo, mundo pós-internet, rei da rede, virtualidade

O meteórico avanço do mundo virtual nos últimos 30 anos mudou o modus operandi das relações sociais, políticas e até mesmo econômicas do mundo. Os parâmetros que determinavam as relações humanos até os anos 80, tornaram obsoletos e são apenas lembranças históricas de um tempo que já se foi. Hoje o mundo virtual determina as normas. O interessante é que esta nova realidade vivida neste mufacebookndo pós-internet é amoral. Com isso, não estou afirmando que seja imoral, mas que é desprovida de referência de moralidade. A virtualidade pós-internet abriu uma imensa, ágil e eficaz rede de comunicação do mundo com o mundo. Tornou-se um imenso espaço democrático em que todos, praticamente sem exceção, podem expor seus pensamentos e opiniões. O momento agora é do Facebook que com toda certeza passará o pódium de “rei da rede” para outros e outros que virão após ele.

No meio dessa enxurrada de coisas que transita na rede, especialmente no Facebook, podemos garimpar grandes pérolas e conceitos e valores para a
vida. Não é difícil, temos muitas coisas boas circulando na rede. No entanto, algo me incomodo. Parece que a farta exposição dessas coisas boas empanturrou a galera, tornando-nos apenas contempladores e admiradores destas pérolas. Elas apenas nos impressionam, mas não nos impactam a ponto de produzir mudanças.

Estes dias me peguei numa dessas. Repliquei no meu timeline uma interessante frase de C. G. Jung, o famoso psiquiatra suíço que reinventou os pensamentos de Freud, desenvolvendo a psicologia analítica. Dias depois me vi diante de uma situação que me colocava no grupo dos que apenas contemplam bons pensamentos, mas não permitem que eles produzam mudanças.

Em algumas de nossas casas aqui no Texas, os banheiros sociais são compartilhados com dois ambientes. Em geral, um acesso para a sala de estar ou corredor que leva às áreas sociais da casa, e outro acesso geralmente para o escritório, o que é o nosso caso. Acontece que quando usamos o banheiro, temos que trancar a duas portas e é de se esperar que ao terminarmos, destranquemos as duas, permitindo o acesso de ambos os ambientes. Mas nem sempre na prática isso acontece. Quase sempre destrancamos apenas a porta pela qual estamos saindo. Inúmeras vezes que tentei usar o banheiro enquanto trabalhava no escritório, encontrei a porta trancada por dentro, obrigando-me a dar a volta pela porta de acesso da sala de estar. Numa dessas vezes, sentenciei para mim mesmo: vou começar a deixar trancada a porta de acesso da sala também, assim eles aprendem a destrancar a porta de acesso ao escritório.

Dias depois me deparei com a frase de Jung postada no meu Facebook, que me fez refletir: “Tudo que nos irrita nos outros pode nos levar a um entendimento de nós mesmos”.[1] Imediatamente a ficha caiu. Eu estava redondamente equivocado com aquela reação. Não podemos irritar os outros com aquilo que nos irrita, isto não nos leva a lugar algum.

Jung parece expressar em outras palavras o que o Mestre nos ensinou há dois mil anos: “Portanto, tratem as outras pessoas da mesma maneira que gostariam de ser tratados por elas. Este é o real significado da lei de Moisés e do ensino dos profetas”[2]

É tão simples e direto o ensino de Jesus. O mundo seria outro se vivêssemos este princípio. Eu e você não podemos mudar o mundo, mas podemos melhorar o mundo que orbita ao redor de nós. Antes de reagir, fazer e falar, pergunte-se “é isso que eu gostaria que fizessem comigo?”

Por fim, quando você curtir, replicar, ou compartilhar um lindo pensamento no seu Facebook, pergunte-se: “como isso impactará e mudará a minha maneira de ser. Talvez essa nossa atitude fará do Facebook um instrumento de boas e agradáveis mudanças nas nossas vidas. Que Deus te abençoe!

            [1] Acessado em 6 de agosto de 2015 às 9:45am, http://pensador.uol.com.br/frase/NDMxMzk/

            [2] Evangelho de Mateus 7:12 (VFL)

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Sem concorrentes é mais fácil explorar…

24 Friday Jul 2015

Posted by Rev. Dr. Honorio Theodoro in Artigos em Português - Portuguese Articles

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aplicativo Uber, bons produtos, bons serviços, concorência, livre mercado, mentalidade brasileira, prática protecionista, qualidade de serviços e produtos, taxi, Uber

uber-taxiMeses atrás desembarquei no aeroporto Santos Dumont no Rio de Janeiro. Procurei um taxi para ir visitar minha irmã, que mora no Leblon. A fila para o taxi era quilométrica, demostrando aparentemente que a oferta era bem menor do que a procura. Procurei uma alternativa para fugir daquela cansativa espera, depois de quase 12 horas de voo. Encontrei um taxista encostado na porta de seu carro. Era muito bom pra ser verdade. Perguntei-lhe se estava livre e como resposta recebi apenas um “boa noite”. Insisti na pergunta e sua reação foi grosseira e estranha. Ele apenas interpelou-me: “Você não sabe dar boa noite?” Constrangido, respondi com um “boa noite” meio sem graça, diante da reação grosseira do taxista. Insisti na pergunta se ele estava livre. Veio então, como resposta, uma segunda pergunta: “Para onde você vai?”. Já sem paciência, respondi que aquilo não era importante para o momento e que eu queria apenas saber se ele estava livre. Nosso tenso diálogo terminou com sua sentença arrogante: “Eu não transporto passageiros sem educação”. Fiquei meio surpreso e sem entender direito. A explicação veio de um senhor que aparentemente trabalhava por ali por perto, e conhecia bem aquela prática: “Eles ficam aqui selecionando as corridas, eles não levam passageiros para corridas curtas e baratas”, explicou o senhor. Aí, caiu a ficha!

O imbróglio envolvendo taxistas, o aplicativo Uber e o poder público nas tentativas de regulamentação do aplicativo revela uma prática protecionista impregnada na mentalidade brasileira que compromete a concorrência, fator determinando para o desenvolvimento de melhor qualidade de serviços e produtos. Na economia de livre mercado a regra tem que ser, vence e prospera quem oferece o melhor serviço ou o melhor produto. Infelizmente, este protecionismo de mercado impregnado na mentalidade brasileira tem atravancado o desenvolvimento de bons serviços e bons produtos no país. É bom que tenhamos o aplicativo Uber e outras tantas, quanto possíveis, alternativas para este e outros serviços e produtos brasileiros. Além dessa mentalidade protecionista, as poucas concorrências em serviços e produtos que temos, ainda são comprometidas com a formação de carteis que controlam setores. Que venha o aplicativo Uber e todas as formas de concorrências para este e para outros serviços e produtos. Somente assim, com a forte competitividade de livre mercado teremos um país desenvolvido, onde o consumidor é respeitado e bem servido.

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Sistêmico e epidêmico.

17 Friday Jul 2015

Posted by Rev. Dr. Honorio Theodoro in Artigos em Português - Portuguese Articles

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amado Brasil, bons costumes, comportamento íntegro, corrupção, corrupção impregnado, corrupção sistêmica, epidemia nacional, frouxidão ética, mensalão, petrolão, poderosos governantes, princípios éticos, vozes da justiça

Fui criado num regime disciplinar extremamente rígido. Meus pais, de uma tradição familiar conservadora sempre exigiu de nós um comportamento íntegro e irrepreensível em todo e qualquer situação. corrupçãoSou do tempo que o professor estava sempre certo, e ai de nós se chegássemos em casa com algum tipo de reclamação da escola. Estou seguro de que tal estilo de disciplina familiar legou-nos, a mim e a meus irmãos, fortes princípios éticos que nos impedem de praticarmos deliberadamente atos reprováveis. O policialmente de nossos próprios valores é muito mais forte do que pressão que os padrões sociais possam exercer em nossas atitudes e comportamentos. Isto faz uma enorme diferença.

Lendo sobre os acontecimentos que tem ocupado os noticiários de nosso país há alguns anos, tenho a sensação de que a frouxidão ética tomou uma proporção insuportável em nossa nação. Precisamos, como condição sine qua non para que o nosso país avance, romper, sem mais detença, com este ciclo vicioso que tem acorrentado nosso gigante.

A corrupção sistêmica precisa ser confrontada e vencida. Há quem diga que na política brasileira ninguém é capaz de suportar a pressão da corrupção sistêmica. Entrou na política, se corrompe. Já ouvi até mesmo, que gente boa não deve entrar na política, porque se estraga. Parece ter um certo viés de corrupção impregnado na política brasileira. É desalentador ver que a corrupção no nosso país não é mais um fato isolado, ou um caso esporádico. A corrupção é a regra. Ela está em todas as esferas e em todos os níveis. Desde os funcionários públicos que servem à população, aos poderosos governantes que dirigem o país. Desde as quitandas da esquina, às grandes empreiteiras. Desde as organizações criminosas com suas megas estruturas, às megas igrejas com seus estilos empresariais. O sistema é opressor. Não se envolver com corrupção é um grande desafio que exige um esforço hercúleo, mesmo dos homens de bem e de bons costumes. A corrupção é tão antiga quanto a existência dos primeiros núcleos sociais. O problema é quando ela se torna sistêmica, e quando sua holisticidade leveda toda massa social. Neste ponto, o enfrentamento precisa ser peremptório, doa a quem doer, servindo-me da afirmação recente do senhor Leandro Daiello Coimbra, Diretor Geral da Policia Federal. A ruptura desta cadeia de corrupção sistêmica não acontece apenas com o fim do mensalão, do petrolão ou de qualquer outro. Ela é o resultado do esforço obstinado, mesmo que seja de uma pequena minoria, que esteja disposta a pagar o preço para construir um país melhore e mais justo.

Nestes últimos anos nos governos do PT, os sinais indicam que a corrupção tornou-se epidêmica no país. Esta é uma constatação factual, lamentavelmente. Desculpe-me, meus amigos petistas ou simpatizantes. Aqui não vai nenhuma critica partidária. Pelo contrário, eu sempre fui afinado com valores apregoados pelo petismo. Minha percepção é de que o PT não soube sobreviver à sedução do poder. Como desabafou, semanas atrás, o ícone maior do petismo, Luiz Inácio Lula da Silva: “Hoje nós precisamos construir isso [a utopia] porque hoje a gente só pensa em cargo do partido, a gente só pensa em emprego, a gente só pensa em ser eleito e ninguém hoje mais trabalha de graça”.[1] O PT que nasceu das bases da classe trabalhadora, que apregoou nas suas origens a austeridade e os mais sublimes ideais sociais, chafurdou-se no mais terrível lamaçal de corrupção, nunca antes visto na história desse país. A corrupção não está mais circunscrita aos currais das bestas feras do poder. Ela tornou-se uma quase incontrolável epidemia nacional. O remédio é amargo, mas não há outro caminho a não ser extirpar do poder os corruptos, corruptores e seus tentáculos, doa a quem doer. A minoria ética não pode arrefecer os ânimos. Ela precisa ser pertinaz e incansável para escrever uma nova história do gigante, hoje acorrentado e imobilizado pelo teias da corrupção.

Oxalá não se calem as vozes da justiça. Tomara, prevaleça o bem, a justiça e a verdade, neste turbulento momento que vive nossa nação. Queria Deus que nosso gigante se desvencilhe dos emaranhados da corrupção. Viva nosso querido e sempre muito amado Brasil!

            [1] Acessado em 17 de julho de 2015. (http://oglobo.globo.com/brasil/lula-defende-revolucao-interna-no-pt-hoje-gente-so-pensa-em-cargo-16518440#ixzz3gApU3xV7)

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Conheça-te a ti mesmo.

10 Friday Jul 2015

Posted by Rev. Dr. Honorio Theodoro in Artigos em Português - Portuguese Articles

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autoconhecimento, árvore boa, bom fruto, conceitos freudianos, conheça-te a ti mesmo, felicidade genuína, felicidade humana, o que é a verdade, Socrates, verdadeira felicidade, virtudes cristãs

Assim como a água reflete o rosto, o coração reflete quem somos nós. (Rei Salomão em Provérbios 27:19 NVI)

Verdade

 É atribuída ao filósofo grego Sócrates a célebre sentença “conheça-te a ti mesmo”, que orientou o pensamento filosófico desde

o século V a.C. até a mudança da vertente filosófica introduzida pelos conceitos freudianos, no século XIX. Para a filosofia ocidental socrática a felicidade humana está nopleno autoconhecimento alcançado exclusivamente pela razão. A partir de Freud, uma outra abordagem sobre o autoconhecimento passou a imperar. As emoções passaram a ser reconhecidamente a parte fundamental desse processo. Ou seja, não há como uma pessoa ser feliz sem o autoconhecimento e a única possibilidade do autoconhecimento seria a transparência, na área das emoções. Assim, apenas a liberação da emoções sufocadas pelo consciente poderia trazer a felicidade humana. A
humanidade está sempre, numa frenética busca da felicidade.

O nosso Senhor Jesus viveu e ensinou o Evangelho restaurador da felicidade humana, num mundo inebriado pelo racionalismo socrático. Neste mundo racionalista, a busca pela felicidade consistia no pleno conhecimento da verdade. E, a verdade por sua vez, consistia no absoluto conhecimento de si mesmo, pela exercício da própria razão. Por isso, inúmeras vezes Jesus foi questionado sobre “o que é a verdade”. Na correnteza de tais indagações Jesus ensinou-nos o caminho da verdadeira felicidade humana que não está nem no autoconhecimento pelas trilhas do racionalismo socrático, muito menos no autoconhecimento pelo liberação do prazer pela superação do superego, de Freud. Jesus apresenta a verdade como sendo o conhecimento de nós mesmos, através da revelação do Criador. Deus, somente Deus como criador do ser humano pode conhecê-lo completa e profundamente. Somente o conhecimento perfeito de quem somos, através da Revelação de Deus, pode nos proporcionar a felicidade genuína.

Aos 31 anos de idade, chafurdado numa agonizante depressão, C. S Lewis rompeu com o ateísmo e abraçou a fé cristã, tornando-se um grande defensor do autoconhecimento através da revelação de Deus, como único e insubstituível caminho para a verdadeira felicidade. Com sua conversão, passou a afirmar que a alegria se tornara a história central de sua vida. Assim, ele descobriu a felicidade que nasce do restabelecimento do nosso relacionamento com o Criador. É o milagre da salvação de Deus em Cristo, tornando nosso coração habitação de Deus, que nos revela quem de fato somos. Por isso o sábio Salomão afirma: “… o coração revela quem somos nós”[1] . Em Mateus 12:33 a 34 Jesus nos compara a uma árvore e nesta metáfora Ele desvenda a perfeita harmonia, fruto do autoconhecimento que provém da revelação do Pai.

Em primeiro lugar, Ele afirma que somos o que produzimos. “Considerem: Uma árvore boa dá fruto bom, e uma árvore ruim dá fruto ruim, pois uma árvore é conhecida por seu fruto”.[2] Muitas vezes usamos esse versículo para argumentar quem são nossos irmãos, ou outras pessoas. Mas essa não é a ênfase de Jesus. Se retornarmos ao início do capítulo veremos que Jesus estava tratando com a hipocrisia dos fariseus. Assim o que Jesus quer aqui dizer é, conheça-te a ti mesmo. Através dos nossos próprios frutos nós sabemos quem somos. Nossa identidade é firmada naquilo que produzimos ou no que deixamos como legado. Por onde passamos, semeamos um pouco do que somos. Se semeamos paz e alegria somos do Reino de vida e comunhão; se semeamos ódio e contendas, é porque somos do Reino das trevas e da morte. Quem somos? Nossos frutos nos revelam.

Em segundo lugar, Ele mostra, que a integridade de cada pessoa é definida por sua coerência entre o que é, e o que se aparenta ser. “Raça de víboras, como podem vocês, que são maus, dizer coisas boas?”[3] Hipocrisia é conviver pacificamente com o contrassenso de ser mau e aparentar coisas boas. A verdadeira felicidade em Cristo repousa em uma vida autêntica, reconhecendo nossas fragilidades e expondo-nos sem medo e sem hipocrisia. Só há uma forma de vencer nossas fragilidades: reconhecendo-as! Reputação é o que cada pessoa se mostra diante do próximo, caráter é o que se mostra diante do onisciente poder de Deus. Não há nenhuma possibilidade de felicidade, vivendo uma mentira para si mesmo. Conhecer-te a ti mesmo é não aceitar a desastrosa dicotomia do “ser e do aparentar ser”. A autenticidade é a pavimentada estrada que nos conduz à liberdade que nos traz paz e vida abundante. A leveza de uma vida autêntica, sem máscaras é a mais preciosa pérola que adorna o caráter cristão. Em terceiro lugar, Jesus nos ensina que somos resultado daquilo com que nos alimentamos. “O homem bom do seu bom tesouro tira coisas boas, e o homem mau do seu mau tesouro tira coisas más”.[4] Somos o resultado daquilo que comemos. Se nos alimentamos de coisas boas e saudáveis teremos como recompensa saúde e bem estar. Assim também somos resultado daquilo, para o que oferecemos nos ouvidos. Se ouvimos murmurações, queixas e pessimismo, do nosso coração tiraremos amargura, tristeza e derrotismo. Tiramos do coração aquilo que permitimos descer ao coração. E, desce ao coração aquilo que entra pelos nossos ouvidos.

Meu velho pai tinha uma máxima que sempre nos ensinou: “o coração se engravida pelos ouvidos. Por isso, selecione bem aquilo para o que você empresta seus ouvidos”, dizia ele.

Todas as virtudes cristãs emanam do perfeito autoconhecimento. Não há possibilidade de felicidade sem conhecermos a verdade sobre nós mesmo. A Palavra de Deus é o espelho que nos revela quem somos. Sem tal conhecimento jamais alcançaremos a felicidade. Por isso, disse Jesus: “…e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”.[5] Que o Senhor nos abençoe e nos faça conhecer quem de fato somos. Só assim, alcançaremos a mais genuína felicidade da vida cristã.

[1] Provérbios 27:19, NVI

            [2] Mateus 12:33, NVI

            [3] Mateus 12:34, NVI

            [4] Mateus 12:35, NVI

            [5] João 8:32, AA

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E se a máquina de cortar grama não funciona…

05 Sunday Jul 2015

Posted by Rev. Dr. Honorio Theodoro in Artigos em Português - Portuguese Articles

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cuidar do jardim, máquina de cortar grama, nossos sonhos, persistência, pessimismo, Salomão, sofreu uma pane, soluções viáveis, Tentativas frustradas, Thomás Edison, velhas amizades

Ela já é de meia idade. Já precisou de algumas recauchutagens, e já não é como era quando novinha. Já pensei em trocá-la por uma mais nova, mas é caso de amor antigo, não adianta. Foi um presente de um grande amigo, a quem admiro muito, Dr. Peter Heslin, quando anos atrás, mudou-se para Sidney, Austrália. Ela me acompanha há anos. Minha velha máquina de cortar grama já da sinais de cansaço, e parece insistir pedindo para aposentar-se. Eu insisto em tê-la comigo, não apenas por uma questão econômica, mas acima de tudo por uma questão afetiva. Gosto de amizades antigas. Gosto de cuidar das velhas amizades e investir em novas. PersistênciaAssim, ela vai vencendo os anos como minha companheira, nos meus agradáveis momento de cuidar do jardim. Cuidar da grama, cortá-la e aduba-la regularmente é uma prazerosa atividade que oxigena minha mente e alivia minhas tensões. A tradição americana de grandes gramados em frente às casas é criteriosamente fiscalizada pelo poder público. Se não cuidamos dele, mantendo-o em bom estado, recebemos uma advertência do governo municipal. Se insistirmos no desleixo, o próprio governo municipal cuida e envia-nos a conta do serviço. Assim, cuidar bem da grama de nossas casas é quase um dever cívico. Claro, não é tarefa fácil, mas eu mesmo gosto de fazê-la, ao contrário da maioria dos americanos que paga 25 ou 30 dólares aos “grameiros”, por cada vez que cortam suas gramas. O gratificando é o fim da tarefa quando sinto aquele agradável cheiro da natureza. É uma gostosa sensação vê-la bem cuidada, parecendo agradecer nos dias subsequentes, devolvendo-nos um verde todo especial, cheio de vida. Para mim, preparar as máquinas e seguir uma sequência ordenada e organizada nesta tarefa sabática é um prazeroso ritual. Dias atrás, quando preparava as máquinas para meu ritual sabático, algo desafinou a rotina. Minha velha máquina sofreu uma pane, consequência de uma grande chuva que caiu nos dias anteriores, provavelmente molhando partes vitais do motor. Por maiores que fossem meus esforços, ela não funcionava. Enquanto tentava, chegou meu amigo Luciano Silveira, juntamente com Celídio, meu genro. Nós três insistimos na tentativa de fazê-la funcionar, sem sucesso. Por fim, Luciano sentenciou o fim da minha velha máquina, apoiado pelo meu genro: “Pastor, essa pode ir para o lixo”. Ainda esperançoso de ver minha velha companheira voltar a funcionar, decidi guarda-la para novas tentativas, outro dia. Quando já estava colocando-a no depósito, resolvi fazer a última tentativa, e para minha surpresa, funcionou. Cortei minha grama, e minha velha companheira parece ter ainda muito fôlego para seguir comigo, por muito tempo.

Minha experiência naquela manhã de sábado me fez refletir sobre o quanto é importante persistir. A vitória pode estar exatamente na próxima tentativa. Fiquei imaginando quantas vezes desistimos quanto estamos tão perto. Tenho tentado pautar minha vida em alguns princípios que tem me ajudado, muitas vezes. Não sou especialista no assunto, por isso, minhas percepções sobre a matéria não possuem fundamentações científicas, mas baseiam-se no empirismo da vida. Pode ser que funcione para você, também:

1) Tentativas frustradas não podem ser contabilizadas como derrotas, precisam ser encaradas como passos no processo das conquistas – Os grandes homens da história universal não se tornaram célebres apenas por serem gênios, mas acima de tudo por serem persistentes. Thomas Alva Edison registrou durante sua vida, 2.332 patentes de suas invenções. Aperfeiçoou e sistematizou a produção maciça de inúmeros de seus inventos.[1] Foi um pertinaz perseguidor de resultados e sempre via seus aparentes insucessos como passos, no processo da conquista. Suas convicções pessoais alimentavam sua persistência: “Muitos dos fracassos desta vida estão concentrados nas pessoas que desistiram por não saberem que estavam muito perto da linha de chegada.[2] Tenho sempre, em minha vida, tentado perseguir o princípio de que o último passo é o passo da conquista, e não da desistência. Sempre haverá mais um tentativa, até que objetivo seja alcançado. O último passo nunca deve nos levar à desistência. O último passo precisa ser o passo que nos coloque no podium.

2) A murmuração e o pessimismo comprometem o espírito de persistência e adiam as conquistas – Naquele sábado, quando as primeiras tentativas de fazer a máquina funcionar sinalizaram que ela parecia ter chegado ao fim, eu comecei a murmurar, mentalmente. Imediatamente lembrei-me de uma mensagem que eu havia recebido naquele dia, logo pela manhã. Um grande amigo me pedia que orasse por sua viagem missionária para San Marcos, interior do Texas, onde 2 mil pessoas haviam perdido suas casas, devido às fortes chuvas da semana. Senti-me profundamente envergonhado por estar murmurando por algo tão banal. Eu murmurava apenas porque minha velha máquina de cortar grama não queria funcionar, enquanto milhares de pessoas há poucas milhas de mim sofriam o desfortúnio de terem perdido suas casas. Na maioria das vezes murmuramos por coisas tão insignificantes, enquanto pessoas ao nosso redor enfrentam problemas infinitamente maiores. Paulo nos encoraja a sermos gratos em todas e quaisquer circunstâncias: “Dêem graças em todas as circunstâncias, pois esta é a vontade de Deus para vocês em Cristo Jesus”.[3] Dar graças à Deus por tudo é reconhecer que Deus está no controle de nossas vidas e que cuida de nós todo tempo.

3) Uma pausa em nossas tentativas permite que nosso cérebro trabalhe alternativas e soluções viáveis – Não sei qual o fundamento científico. Mas, eu creio que enquanto ocupamos nossas mentes com outras coisas que não sejam o foco do problema que estamos vivendo, desconectamos, dormimos ou descasamos, nossas mentes trabalham como que em segundo plano, numa espécie de reflexão inconsciente, buscando soluções para o problema. Não foram poucas as vezes que eu coloquei em “stand by”, algo com que eu estava trabalhando, e quando voltei a pensar sobre o assunto, fluiu soluções claras e simples. Muitas vezes, deitei-me com algo que parecia insolúvel em minha mente, e surpreendentemente ao acordar pela manhã, a solução veio de forma tão clara, como a luz do dia. Gosto de pensar que isso tem conexão com a afirmação do sábio Rei Salomão: “Inútil vos será levantar de madrugada, repousar tarde, comer o pão que penosamente granjeastes; aos seus amados Ele o dá enquanto dormem”.[4] Parece-me que a maioria dos gigantescos desafios diários do Reino de Salomão eram solucionados, servindo-se desta extraordinária habilidade de nossas mentes, de trabalhar enquanto dormimos. Além, é claro, do sobrenatural “overnight” cuidado de Deus conosco, podemos ainda contar com este fantástico poder de nossas mentes, criadas por Deus. Tenho a sensação de que quando afrouxamos a pressão sobre elas e relaxamos, elas trabalham de forma criativa e infinitamente melhor, trazendo soluções simples e funcionais para nossos desafios. Fico imaginando quantas vezes na vida desistimos de coisas que estávamos a um passo de conquistar. O grande inventor Thomas Edison era obcecado em tentar mais uma vez. Ele disse: “Nossa maior fraqueza está em desistir. O caminho mais certo de vencer é tentar mais uma vez”[5]. Desistir é a desastrosa maneira de enterrar definitivamente nossos sonhos. Persistir é a única maneira que nos leva a alcança-los. Se você já tentou muitas vezes, tente mais uma. Quem sabe este será o último e decisivo passo para conquistar o seu sonho.

Nosso dia-a-dia está cheio de boas lições de vida, basta estarmos antenas e veremos. Há sempre uma velha máquina de contar grama perto de nós, nos ensinando grandes lições. Que Deus o abençoe!

[1] Acessado em 4 de julho de 2015, https://pt.wikipedia.org/wiki/Thomas_Edison#Inven.C3.A7.C3.B5es

[2] Tomás Edison, Acessado em 4 de julho de 2015, http://pensador.uol.com.br/autor/thomas_edison/

[3] Apóstolo Paulo em 1 Tessalonicenses 5:18 (NVI)

[4] Rei Salomão em Salmos 127:2 (RA)

[5] Thomas Alva Edison. Acessado em 05 de julho de 2015, http://kdfrases.com/frase/117475

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Pastores são mulas…

29 Monday Jun 2015

Posted by Rev. Dr. Honorio Theodoro in Artigos em Português - Portuguese Articles

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conflitos, conflitos de liderança, esgotamento, fatalidades, ministério, mulas, pastores, pastores e suas famílias, rota de colisão, tragédias, ventos contrários

Não é bem isso que provavelmente você esteja pensando. Siga comigo até o fim, não prejulgue minhas elucubrações, e possivelmente você tangenciará os caminhos dos meus pensamentos.

A distância que nos separa das tragédias da vida parecem minimizar seus impactos sobre nossas emoções. Quanto mais distante, elas nos parecem menos chocantes, e nos passam mais desapercebidas. Ao contrário, quando mais próximas de nós, elas nos afetam mais intensamente.pastor

Tragédias com pastores e suas famílias não são acontecimentos apenas recentes, sempre houve e sempre haverá. Pastores e suas famílias são seres humanos, sujeitos as mesmas vicissitudes experimentadas por qualquer outra pessoa, ou família. No entanto, nos últimos tempos parecem ter se avolumado o número de tragédias, quer por escândalos, quer por fatalidades.

Dias atrás (em 31 de maio de 2015), um acontecimento chocou a cidade de Houston, no Texas. O pastor Phil Lineberger, pastor da Sugar Land Baptist Church, depois de meses enfrentando um processo de profunda depressão, suicidou-se. Quatro anos antes, ele pregava no funeral de um de seus melhores amigos, o também pastor John Petty, pastor of Trinity Baptist Church in Kerrville, que também suicidou-se. Este e outros momentos trágicos suscitam muitas perguntas, mas encontram poucas respostas. Quem são esses homens e mulheres que doam suas vidas ao próximo, mas que muitas vezes sofrem tanto? Por que se dedicam tanto aos seus rebanhos e muitas vezes não cuidam de si mesmos? Por que estão sempre prontos para cuidar dos outros e na maioria das vezes não tem quem cuide deles?

Em 2007 o Francis A. Schaeffer Institute of Church Leadership Development publicou o resultado de uma pesquisa feita durante 18 anos, sobre pastores e seus ministérios[1]. Ela é extensa e complexa. Porém gostaria de destacar algumas conclusões:

  • 90% dos pastores afirmam que estão frequentemente cansados e desgastados.
  • 89% dos pastores pesquisados consideraram pelo menos uma vez, deixar o ministério.
  • 57% disseram que deixariam o ministério se eles tivessem um lugar melhor para trabalhar, incluindo o trabalho secular.
  • 71% dos pastores afirmaram que estavam queimados, e lutavam contra depressão além de fadiga, semanalmente e até mesmo diariamente.
  • 78% disseram que foram forçados a renunciar suas igrejas, pelo menos uma vez.
  • 63% disseram que foram dispensados de suas funções pastorais, pelo menos, duas vezes.

A pesquisa perguntava a razão de renunciarem ou serem dispensados de seus pastorados. Das 15 razões mas frequentes, as três primeiras foram: liderança fraca, conflitos com pessoas chaves ou liderança leigas, e fofocas. Parece-me que aí está o “x” da questão. Claro, não quero ser simplista e atribuir uma causa única à um problema tão complexo como este. No entanto, eu creio que este tem sido um fator extremamente relevante, principalmente nas denominações históricas em que a responsabilidade do governo eclesiástico é compartilhada entre o pastor e seus líderes. Os conflitos de liderança tem queimado pastores e líderes, e imposto terríveis sofrimentos às igrejas. Sinceramente, não creio na intencionalidade perversa ou má, de nenhuma das partes. Todos, e todas as partes desejam e buscam sinceramente o melhor para a Igreja de Jesus. Eu acredito que as diferentes maneira de ver a realidade têm colocado pastores e líderes em campos distintos e em rota de colisão. E, é neste ponto que identifico características dos pastores com a mula, a mula de Balaão. Se você não se lembra muito bem desta história, sugiro que releia Números 22, antes de continuar a leitura desta minha reflexão.

Comumente, comparar uma pessoa a uma mula pode ser agressivo, ou até mesmo ofensivo. No entanto, as mulas são animais com características muito especiais e interessantes. Pastores são como mulas. As mulas são animais serviçais e dóceis no trabalho pesado. Pastores possuem especial paixão pelo seus ministérios e pelas ovelhas, o que os tornam pessoas de uma incomum dedicação, no que fazem. Eles não têm horário definido de trabalho, e nem funções definidas. Estão de prontidão a todo momento, para o que der e vier. Via de regra, não sabem dizer não quando requisitados, seja para o que for. E, quando por algum motivo precisam dizer não, são tidos como relapsos, omissos e faltosos com as responsabilidades de seus chamados. Mesmo sendo espancada por Balaão, seu dono, ali estava sua mula, resignada e fiel à sua missão, dedicada e pronta para servir. Muitos pastores têm chegado ao total esgotamento pelo simples fato de se dedicarem sem reservas e sem limites aos seus chamados.

Em determinado ponto da caminhada, a mula viu o Anjo do Senhor com uma espada na mão e desviou-se do caminho. Interessante, que apenas a mula viu o Anjo. Nem Balaão, nem seus dois auxiliares que viajavam com ele podiam ver o anjo. Isso se repetiu por três vezes e, Balaão a espancava, sem entender as reações da mula. Por fim, não tendo por onde passar, a mula empacou no caminho e foi duramente espancada, e o Senhor a fez falar.

O pastor, muitas vezes, é um visionário solitário. Sua vocação o privilegia, permitindo-lhe “ver anjo” no caminho, onde muitas vezes, ninguém vê. Suas reações e as direções de suas escolhas não podem ser entendidas por aqueles, para quem o Senhor não permitiu “ver o anjo” no caminho. Por vezes, eles são açoitados com duras críticas por aqueles que não podem “ver o anjo”. E, muitas vezes o Senhor não os permite falar, como permitiu à mula de Balaão. Eles precisam caminhar solitários, enfrentando os açoites dos ventos contrários. Muitos deles sucumbem à tão intensa pressão, adoecem física e emocionalmente. Esta tensão torna-se significantemente maior nas denominações em que a condução da igreja precisa ser compartilhada em harmonia com a liderança leiga da igreja.

Por esta causa, o autor da carta aos Hebreus exorta-nos: “Obedecei a vossos pastores e sujeitai-vos a eles; porque velam por vossa alma, como aqueles que hão de dar conta delas; para que o façam com alegria e não gemendo, porque isso não vos seria útil”[2]. O autor de Hebreus dá fortes razões para que sejamos obedientes aos nossos pastores: porque velam por vossa alma; porque isso [servir com gemidos de dor] não vos seria útil. Em outras palavras, o autor está dizendo que todos saem perdendo com o espírito de desobediência e rebelião na Igreja. Urge, que a Igreja de Jesus retorne ao reto caminho de ser mais Corpo de Cristo e menos empresa; que os líderes leigos e pastores sejam mais servos e menos gerentes; que as Igrejas sejam mais campinas verdejantes que alimentem seus rebanhos e menos currais e empresas. Que o Senhor nos abençoe!

[1] Acessado em 29 de junho de 2015, http://www.intothyword.org/apps/articles/default.asp?articleid=36562&columnid=3958

[2] Hebreus 13:17 (ARC)

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Eles precisam de nosso tempo, mais do que qualquer outra coisa….

06 Saturday Jun 2015

Posted by Rev. Dr. Honorio Theodoro in Artigos em Português - Portuguese Articles

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agenda louca e tirana, aline assis, aline theodoro, ativismo, escravo de agenda, firme e determinada, meu pai não tem tempo pra mim, os melhores momentos, uma grande lição

Minha vida estava um loucura. Meu ativismo chegou a tal ponto, que algumas vezes ia em casa apenas para trocar a mala de roupa, e viajar novamente. Quando estava em casa, saía quando as crianças ainda estavam dormindo, e retornava quando eles já tinham ido para a cama. Por vezes, passava dias sem vê-los acordados. Eu era escravo de uma agenda louca e tirana.

Aline TheodoroNum desses dias cansativos e estressantes, eu já me preparava para ir embora mais cedo e minha secretaria me alertou: “Pastor o senhor ainda tem um atendimento hoje”. Voltei ao meu escritório, esperando a pessoa. Minutos depois minha princesinha Aline, que na época tinha 13 anos, entrou na minha sala e sentou-se na cadeira à minha frente. Olhei com carinho para ela e disse: Filhinha, papai ainda tem um atendimento. Espere lá fora que já vamos para casa. Ele olhou direto nos meus olhos, firme e determinada como sempre foi, disparou: “Pai, o seu atendimento é comigo. Já que meu pai não tem tempo pra mim, eu vim conversar com meu pastor.”

Não me lembro muito qual era o assunto, mas jamais esqueci a lição. Abracei Aline, e não consegui conter as lágrimas. A ousadia e personalidade forte e determinada de Aline me ensinou uma grande lição: nossos filhos precisam de nosso tempo, mas do que qualquer outra coisa. A vida passa rápido, e quando assustamos eles já são adultos, e os melhores momentos ficaram para trás. Que Deus nos abençoe!

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